Uma coisa que muito me impressiona é o absoluto descaso da classe política para com o
saneamento básico em Porto Velho. Eu estou falando do saneamento básico mesmo, ou
seja, do direito universal das pessoas à água tratada, ao esgotamento sanitário
e pluvial e à coleta e destinação dos resíduos sólidos. E não das oportunidades
de meter a mão no orçamento destinado à concretização desse direito. A tais
oportunidades a classe política sempre esteve atenta. E muito atenta.
A verdade é
que já está passando da hora de aparecer uma liderança política em Porto Velho
que assuma compromisso efetivo com o saneamento básico. Ou, então, que o
próprio povo, pelo menos as pessoas que têm um mínimo de afinidade com a
higiene e aversão à excrescência, assuma o protagonismo desse processo. Ele
virá, a evolução assim determina. Afinal, a tendência da nossa espécie, apesar
dos políticos, sempre foi evoluir.
Não há mais o
que esperar dessa gente que está já completando quatro anos de pura enrolação
no exercício da nobre função de representar os interesses do povo. O
melhorzinho talvez seja capaz de, num misto de cinismo e oportunismo, dizer que
estou certo no que escrevo. Mas tomar uma atitude efetiva no sentido de levar
nosso município ao encontro da evolução sanitária... ah... isso seria exigir
demais da massa encefálica e do caráter dessa gente.
Não é preciso
ir muito longe. Recentemente denunciei nas redes sociais a palhaçada que é o
site da Prefeitura Municipal em que, supostamente, o cidadão deveria encontrar
informações sobre o andamento dos trabalhos de confecção do Plano Municipal de
Saneamento Básico. Ali simplesmente não consta o termo de referência, ou seja:
não se sabe o que foi contratado, logo não há como o cidadão acompanhar coisa
nenhuma.
Algum
vereador se importou com isso? Coisa nenhuma. Nada que seja do interesse da
população no seu todo é do interesse dessa gente. Eles se ocupam apenas do que
é do interesse de um segmento ou outro da população, pois creem ser ali um
reduto de votos. Mas o que é o do interesse difuso da municipalidade está
completamente fora das preocupações desse pessoal, cuja preguiça mental é tão
grande que até hoje não se ocuparam sequer de reformar as leis municipais e eliminar
delas as contradições.
Eu só espero
que ainda exista em Porto Velho quem de fato tenha compromisso com a evolução
de nosso município, compromisso com a superação de situações absurdas que vêm
se agravando ao longo das sucessivas administrações e que requerem, no mínimo,
decência no trato da coisa pública. E o pior é que ainda aparece um idiota de
vez em quando dizendo que vai administrar o público como se privado fosse.
Valha-nos Deus. E que não seja necessária outra pandemia para ensinar o valor
que tem a segurança sanitária.