Não resta dúvida de que o Prêmio Fiero Paulo Queiroz de
jornalismo avançou de uma excelente iniciativa para uma primorosa realização. O
zelo do cerimonial, o tratamento dispensado aos participantes, o justo uso
estratégico do evento em prol da instituição promotora, tudo isso fez do
evento, mais do que um resgate da memória do homenageado, um resgate dos bons
tempos em que a categoria jornalística era prestigiada, com encontros,
jantares, congraçamentos.
Primeiro veio a hermetização das salas de redação dos
jornais impressos, último reduto do gosto pela troca de impressões no diálogo
presencial. Com recepções onde, em vez de se perguntar se se gostaria de
adiantar o assunto, pergunta-se “de onde”, ao que sempre respondi “daqui da
Terra mesmo”.
Depois veio a dispersão das redações, com o teletrabalho.
Por fim, vamos assistindo ao fim. Na esteira da história, lá se vão A Tribuna,
O Imparcial, O Guaporé, Folha de Rondônia, Estadão do Norte e, como agora se
anuncia, o Alto Madeira. Perdemos espaços de convivência. E também
oportunidades de encontro.
Isso redobra a importância de qualquer iniciativa da
natureza do Prêmio Fiero Paulo Queiroz de Jornalismo, onde, dentre cheques e
diplomas, recebemos como prêmio a oportunidade de nos revermos e celebrarmos a
memória de um colega quase sempre lembrado por seu desempenho individual, com
seu texto impecável.
Mas poucas vezes Paulo Queiroz é lembrado por sua luta em
prol da categoria, como fundador e dirigente da Associação dos Jornalistas,
embrião da entidade sindical. Aos mais novos, cabe observar que, naquele tempo,
havia um rito para se alcançar o status de sindicato. Não era como hoje.
Por tudo isso, tenho absoluta certeza de que, se entre
nós ainda estivesse, nosso colega Paulo Queiroz seria o primeiro a aplaudir a
iniciativa da Federação da Indústrias do Estado de Rondônia em promover tão
prestigioso certame. Porque há iniciativas que, por sua própria essência, já
são merecedoras de reconhecimento; e mais ainda quando assumem forma tão
primorosa quanto a que a Fiero, por meio de seus dirigentes, assessores de
imprensa e cerimonialistas, se empenhou por alcançar para brindar a imprensa
destas paragens do poente.
Que venham mais. Que o exemplo sirva para outras
instituições. Que o bom jornalismo rondoniense seja sempre celebrado e, junto
com ele, a memória dos que dedicaram sua vida a torná-lo melhor.
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